quinta-feira, 26 de maio de 2011

a arte de não fazer nada - UM

APRENDIZADOS FUNDAMENTAIS SOBRE
A ARTE DE NÃO FAZER NADA
(leitura obrigatória para os Seres de Luz encarnados)

(...) “Enquanto vocês vivem esperançosamente no conhecimento de que seu despertar na total consciência está divinamente decretado e garantido, vocês experimentarão dias em que sua energia estará baixa, e sua falta de motivação parecerá tê-los deixado sem propósito.


Quando isto ocorrer, saibam que sua energia está sendo bem utilizada nos reinos espirituais, e apesar da enorme assistência que vocês recebem deles, mesmo assim é esgotante para seus corpos; e como vocês experimentam pouco retorno, isto pode ser bastante depressivo.


Nos dias em que se sentirem assim, sejam gentis consigo mesmos e perdoem-se por quaisquer pensamentos de julgamento que vocês possam ter a respeito de suas aparentes imperfeições.


Esta é simplesmente uma fase muito exigente e ela passará, portanto, não se repreendam, e sim dêem uma parada e divirtam-se. Se vocês se abstiverem do autojulgamento e se aceitarem tal como vocês são (e como Deus sempre faz) vocês se sentirão muito melhor, apesar de que seu ego pode muito bem tentar desencorajá-los de fazer isso”.


Anthar - O trecho acima é de uma mensagem de Saul, escrita em 25/5/2011 (http://johnsmallman.wordpress.com/) e eu quero fazer hoje uma ‘brincadeira experimental’ e misturar um pouco as idéias, para aclarar muitas coisas em nosso dia-a-dia (paradoxo?...).


Ou seja, vou conversar com alguns seres de luz – encarnados ou não – e deixar que eles nos orientem de uma maneira diferente. É. É isso. Vou brincar. E quem quiser, que me acompanhe – vai ser bom... Procurem não analisar. Simplesmente vão lendo.

Assim, Veronique é uma amiga minha que eu nunca vi. Mas isso não importa, pois vejam o que ela escreveu em certo tempo de sua vida:


“Sempre que a família, os amigos, os que nos querem bem sugerem que a gente ‘relaxe’, ‘respire fundo’ ou ‘dê um tempo’ por uns dias, não levamos muito a sério, ou até protestamos.


Ah...diminuir o ritmo leva muito tempo. Numa geração de ‘gente que faz-faz-faz’ dedicamos nossas vidas a fazer tudo para que as coisas aconteçam. Sentimos, muito apropriadamente, que não há nada que não se possa fazer – a não ser, claro, NÃO FAZER NADA.


Para nós, o estado de não fazer nada é o limite extremo, o máximo dos luxos, o sonho impossível. Mas será possível que só tenhamos procurado por esse nada nos lugares errados?


A paz de espírito não é uma flor exótica e rara que só floresce nas ilhas desertas ou no topo das montanhas. O relaxamento é, na verdade, uma planta nativa, que cresce bem ali no seu quintal – e resistente, por sinal. Nunca desiste, ainda que você tente arrancá-la pela raiz.


Este livro foi feito para ajudá-lo a cultivar as sementes da serenidade. No seu dia-a-dia. Enquanto você respira. Ou escuta. Ou espera. Durante a refeição ou no meio do trânsito. Quando você corre para pegar um avião ou tem medo de não cumprir um prazo.


Obviamente você não precisa ouvir uma palestra sobre os benefícios do relaxamento. Mas...a sua mente tem que ser convencida disso. Você tem que argumentar com sua razão para convencê-la de que, para o próprio bem dela, é preciso abrir mão do controle de vez em quando.


Se você não prevalecer sobre seu cérebro, irá se sentir com culpa, assim que ‘puser os pés para cima’. Portanto, continue a ler. Nestas páginas estão os argumentos de que você precisa para curtir uma boa folga.






PRIMEIRA LIÇÃO: A ARTE DE PROCRASTINAR


Anthar - Ou, em português popular: ‘a arte de deixar para amanhã o que dizem que você ‘tem que’ fazer hoje, porque ‘senão’...


Em confronto com uma superfície lisa, a água sempre faz os seus rodeios. Mesmo que não haja obstruções, um fluido invariavelmente acaba criando contornos, voltas. Um dos elementos mais abundantes da Terra, a água é também o maior componente do nosso corpo. O mundo é constituído de 70% de água. Nós também.


Não parece surpreendente, então, que os seres humanos tendam a vadiar assim que se encontram num ambiente sem pressões. Para nós, assim como para a maioria dos organismos vivos na natureza, o caminho da menor resistência é uma sucessão de lânguidas curvas.


Procrastinar (adiar) é inato. É uma força invisível que conduz os rios como serpentinas, leva correntes subterrâneas por caminhos sinuosos e ribeiras nascentes em cursos cheios de desvios serpenteantes – e deixa você e eu, ao sabor do acaso.


Para que servem essas variações, ninguém sabe. Mas, com certeza – pelo menos para muitas pessoas – existem vantagens infinitas em ‘fazer rodeios’.


Por um lado, isso leva você a lugares que de outra forma não iria. Também o leva a fazer coisas que deveriam ter sido feitas há muito tempo. Em vez de pagar as contas, por exemplo, você resolve arrumar a gaveta de meias. Em vez de consertar a porta da garagem, dá banho no cachorro. E que tal trabalhar naquele livro? Sim,mas você quer primeiro arrancar a cera do chão da cozinha...


Bom, talvez procrastinar (deixar para ‘depois’) seja a maneira que a natureza encontrou para arrumar a bagunça e limpar os caminhos.


É uma pena que a maioria de nós adie o ‘espairecer’ até sábado ou domingo. Ao fazer isso, transferimos a pressão para o fim-de-semana. 'Procrastinar o planejado' cria outra forma de obrigação...


Por isso, tente ‘desperdiçar tempo’ no momento que lhe agrada, numa quarta ou quinta feira. Depois – bem depois – quando você pegar o jeito, vai ser capaz de vadiar até numa segunda feira.


Anthar - Que maravilha!! Que a Luz os guie para isso!


Inicie a prática da procrastinação (deixar para ‘depois’) em casa. Aprenda primeiro a vagabundear entre quatro paredes, antes de se aventurar porta afora. E como desacelerar envolve um bocado de ziguezagues, trate de usar sapatos confortáveis – um bom par de tênis – para obter tração suficiente.


Anthar - Rsrsrs... Imagine-se bem ‘solto’. Consegue?


Pare de ler o último parágrafo de todo artigo que parecer importante. Mas também não se anime demais. Interrompa-se de vez em quando para olhar pela janela, ajeite as almofadas ou escove os dentes.


Permita-se abandonar qualquer atividade no meio. Aceite de bom grado a vontade de checar se o aspirador precisa de um novo saco de pó. Não se preocupe – provavelmente você nem vai chegar até a área de serviço. Dez minutos mais tarde, será capaz de vasculhar sua coleção de postais, procurando por aquele que você escreveu da Itália e nunca mandou porque os correios estavam em greve.


Enquanto estiver remexendo, a idéia de ter ligações celulares para retornar, cartões de agradecimento para escrever, recados para dar e dinheiro para ganhar talvez assuste você. Não se atreva a mover os calcanhares. Tire vantagem do efeito antiderrapante de seus tênis para resistir à tentação de sair correndo como um alucinado.


Uma hora de procrastinação equivale a uma hora de ginástica.


Claro que arrastar os pés parece muito mais fácil do que levantar pesos. Mas não se deixe enganar pelas aparencias. Reprimir os ‘impulsos produtivos’ dá tanto trabalho quanto se entregar a eles. Assim como os exercícios isométricos de baixo impacto envolvem contrações musculares muito pequenas mas tonificam incrivelmente os músculos, exercitar-se contra a inflexível pressão dessa culpa que você se impõe já ajuda a queimar calorias.


Para testar essa teoria, fique ao lado de uma pilha de cartas não abertas. Decida não conferir o que há dentro delas. Pode ser que uma contenha o cheque do reembolso do seguro que você estava esperando ou a terrível notícia do cancelamento da sua TV a cabo. E então?


Esqueça os envelopes, por favor.


Anthar: ai que delicia, ver tudo aquilo que era ‘preciso’ fazer...e não fazer! É uma sensação boa demais! Não a estrague sentindo culpa, por favor!


Sinta a tensão no seu corpo enquanto você hesita. Quer dar só uma espiada? Não. Não desista. Enquanto agüenta firme, leve em conta o seguinte: não abrir cartas é o mesmo que praticar queda-de-braço com uma das forças mais poderosas do universo: a ética puritana do trabalho.




(...) É um triste comentário sobre a natureza humana, mas as pessoas em geral preferem trabalhar das oito às seis do que se ocupar, de vez em quando, parando para uns intervalos.


A nova economia do dinheiro no sec. XII anunciou o inicio dos tempos modernos e o fim da era das cirandas. Contudo, com um pouquinho de imaginação, você ainda pode ‘cirandar’ (como dizia Thoreau), pescando, tirando uma folga ou pegando um cineminha.


Não deixe que as atividades mercenárias tomem conta da sua vida. Mostre ao sistema feudal que há muito mais na busca da felicidade do que em um ‘emprego certo’, ou em um ‘horário rígido’ ou em receber um contracheque polpudo.


(continua)